COZINHEIRO DE FAST FOOD DO CAZAQUISTÃO [Parte 1\2](Primeira entrevista do nosso Boletim Comunista Internacional)Quem são os trabalhadores assalariados?
São pessoas que trabalham em fábricas e fabricam todos os produtos que compramos nas lojas. São pessoas que trabalham nos campos e cultivam tudo o que comemos. São pessoas que constroem escolas, hospitais, estradas, parques e casas. São pessoas ensinam as crianças, que cuidam dos idosos, ou seja, são as pessoas da sociedade que contribuem para a sociedade. Essas pessoas somos nós.
Por que temos que trabalhar por um salário? Pois precisamos dos meios para viver, precisamos de produtos e serviços que só podemos comprar com dinheiro. Para obter dinheiro para nossa sobrevivência, vendemos nossa força de trabalho para aqueles que são chamados de empreendedores, empresários e capitalistas.
Mas não realizamos apenas trabalho físico, também nos dedicamos à ciência, ao comércio, ao direito, bancos, à administração, à contabilidade, etc. Por que, então, as empresas continuam sendo propriedade de uma pequena porção de burgueses que se apropriam dos lucros que não correspondem à contribuição do trabalho deles para a sociedade?
Muitos trabalhadores assalariados já têm consciência disso estão se organizando e lutando pelo fim da sua exploração. O objetivo com isso é destruir a propriedade privada dos meios de produção, assumir o controle das empresas e ter controle sobre os próprios resultados do nosso trabalho. Os trabalhadores que têm esse objetivo em mente são chamados de comunistas.
Mas será que todos os trabalhadores percebem que seus interesses são comuns e estão dispostos a lutar por eles?
Vamos falar sobre as condições de trabalho e as opiniões de um cozinheiro comum do Cazaquistão que trabalha em um fast food. O funcionário que entrevistamos é um cazaque de 22 anos. Ele é formado em design de exteriores e interiores e já trabalhou como professor de Belas Artes, carregador e administrador em um restaurante.
Como ele mesmo conta sobre seu local de trabalho atual, é uma equipe de 18 pessoas, com homens e mulheres, russos e cazaques. Não há conflitos por motivos étnicos ou religiosos, o ambiente é amigável.
Seu turno começa meio-dia (12h) e vai até 1h da manhã, e o trabalho principal começa à noite. Ele recebe 10.000 tenges cazaques (KZT), o equivalente a R$ 114,56 (reais) ou US$ 20,76 (dólares) por turno, apesar de na mesma região outros ganharem 15.000 KZT (R$ 171,84 ou US$ 31,14) e 20.000 KZT (R$ 229,11 ou US$ 41,52) por um trabalho similar. Ele mesmo não acha seu salário justo, porque ele tem receitas de sua própria autoria e cozinha metade do cardápio: shawarma, pizza, lámen, khachapuri, asas de frango, etc. É o primeiro mês de trabalho dele nesse local e, com o aumento do rendimento do restaurante, foi prometido que ele receberia um salário maior, e ele espera que seja de até 30.000 KZT (R$ 343,67 ou US$ 62,28) por turno.
Pra entender melhor, um aluguel de um apartamento nessa região custa atualmente cerca de 120.000 KZT (R$ 1.374,69 ou US$ 249,11) por mês. Os custos com alimentação são os seguintes: batatas custam 250 KZT (R$ 2,86 ou US$ 0,51) por kg, tomates e pepinos custam 700 KZT (R$ 8,02 ou US$ 1,45) por kg, 1 kg de arroz custa 1.000 KZT (R$ 11,46 ou US$ 2,08), uma garrafa de leite custa 600 KZT (R$ 6,87 ou US$ 1,25) e 1 kg de carne bovina custa 3.000 KZT (R$ 34,37 ou US$ 6,23).
O cozinheiro acredita que, por enquanto, seu salário é suficiente para atender às suas necessidades e, no futuro, ele planeja vender o terreno dele para abrir um negócio próprio.
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