Tenhamos sempre presente que a oração na vida do orante é, juntamente com a fé, uma graça divina. Com efeito, a oração que opera pelo amor na força outorgada pelo Espírito mostra desse modo ser ela mesma a verdadeira fé, isto é, reflexo da revelação da vida de Jesus. Podemos, portanto, concluir a partir do já dito, o seguinte: sempre que uma fé não se manifesta desse modo ativa está a dar sinais de morte.
[…] Ora, todos nós sabemos isto muito bem: viver a fé implica manifestá-la de um modo concreto e luminoso nas obras, graças à força outorgada pelo Espírito. É disso que o Apóstolo divino fala, ao sublinhar, no registo expressivo que é o seu, o aspeto indissociável entre fé e obras: «mostra-me a tua fé pelas tuas obras, e eu mostrar-te-ei as minhas obras pela minha fé» (Tg 2,18) . E aí temos nós, de um modo claro, em perspetiva apostólica, a essencial ideia de que não podemos eludir nenhum dos dois aspetos da questão: é pelas obras exigidas pelos mandamentos que se manifesta a fé; é pela fé, dom da graça, que os mandamentos se cumprem e resplandecem. […] na raiz da observância dos mandamentos está a fé; ou, dito de outro modo, a fé é a fonte que irriga uma tal observância, tendo em vista consolidá-la cada vez mais.
+ S. Gregório, o Sinaíta, "Sentenças Diversas sobre Mandamentos, Dogmas, Ameaças e Promessas. E Ainda sobre Paixões e Virtudes, Bem Como sobre Hesicasmo e Oração", 119. (
Pequena Filocalia. Paulinas, 2017, pp. 681–682.)
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