Num dia típico de paternidade, reprimi meu filho sobre a cama bagunçada
- Mas papai, pra que arrumar se a noite vou deitar e bagunçar tudo denovo?
Essas certezas da juventude...
Ele fala com o sorriso de quem revela algo óbvio, o tipo de solução que as crianças acreditam ser incapaz de ser vista pelos olhos cansados dos adultos, e ironicamente as vezes estão certos.
Mas como explicar pra ele que o que importa não é como você encontra ou deixa algo, mas o meio? Não a forma como uma planta brota, ou seca, mas a beleza como ela atinge sua forma média?
E que nesse meio tempo, é necessário combater o caos com a ordem, do contrário somos devorados por ele e nos tornamos seus reféns?
Mesmo que explicasse com diversas fábulas e analogias palpáveis pra mente infantil, ainda não é o momento dele.
Talvez ele só entenda a importância do meio, quando eu encontrar meu fim.