Olhe bem para ele. A dureza da pedra não é só matéria; é símbolo. O homem esculpido em silêncio, perdido em um pensamento tão profundo que atravessa o tempo, encapsula a essência do que você teme admitir: a busca por sentido é uma prisão autoimposta.
Essa pose, essa introspecção congelada, é o retrato de toda a humanidade que prefere contemplar o abismo em vez de agir sobre ele.
Você se vê nele, não é? A mão no rosto, a testa franzida, como se estivesse à beira de uma epifania que nunca chega. É a espera pelo “momento certo”, pelo “entendimento completo”.
Mas aqui está o golpe: não há momento certo. Não há resposta final. Enquanto ele, pedra, está condenado à eternidade, você, carne, está perdendo a sua.
Esse rosto petrificado não pensa. Ele representa o que você finge fazer enquanto procrastina suas decisões mais importantes. Decisões que exigem ação, não mais perguntas.
Então eu te pergunto: quando é que você vai parar de ser uma estátua?