Há uma cobrança social e pessoal de qual função se ocupar. Por haver escassez material no passado, existia demanda infinita na manufatura. Hoje, pela constante aquisição, a empregabilidade se situa além do material, seja com serviços ou entretenimento. Ocasiona-se a saturação de ofícios rudimentares e a consolidação de um novo regime cotidiano. O que responde o questionamento de o porquê da aflição sobre o próprio futuro ser sintomas dos partícipes do novo regime.
Devido o novo regime distanciar-se de necessidades puramente fisiológicas (fome, sede e sono), diretas e claras, a realidade presente convida a uma competição quase abstrata. "O que tenho que fazer para me encaixar no mercado de trabalho?" Tal contexto leva o indivíduo repensar sobre a questão da própria existência devido a ambígua ocupação que terá de assumir, no que terá de formar-se, ou por quais percalços realizará até a estabilidade, diferindo da manutenção diária de outrora que se relacionava bem com os instintos primais humanos da autopreservação, que satisfaziara-se suficientemente com o que lhe protegesse e o alimentasse, com atividades simplíssimas de lazer. Não é o caso de hoje. Para tudo existe uma supra-via, o exagero, um abuso; o psicológico e as apetites acomodaram-se assim. Qualquer projeto, privado ou estatal, que viabilize sanar essas necessidades, fogem para algo desse plano arcaico; dificultando e favorecendo a lógica de consumo, retroalimentando uma desordem espiritual, também do conflito comunal, advento esse a do existencialismo, da desolação do homem citudino e urbano, um caso atualíssimo.
Para aquele mesmo ciente dessas certezas, não terá absolvição capaz de fugir dessa luta; todos nós se encontramos nessa competição. O que felicita o processo são as coisas alheias, mas saudáveis, lições amargas ou doces dessa grande aventura chamada vida.