🎙 Declaração do Primeiro Representante Permanente Adjunto da Federação da Rússia na ONU,
Dmitry Polyanskiy, em uma negociação intergovernamental da Assembleia Geral sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, grupo de veto (
21 de janeiro de 2025)
💬 Dmitry Polyanskiy: O tópico que está sendo considerado hoje é o
direito de veto e, para muitas pessoas, esse tópico é a pedra angular de todo o processo de reforma e o mais agudo. Esse tópico está sendo discutido em vários eventos paralelos e discussões informais e, há três anos, a prática controversa de discutir o uso do veto foi introduzida também na Assembleia Geral.
A lógica dos defensores dessa iniciativa é invariavelmente baseada em
afirmações infundadas de que esse instrumento é supostamente obsoleto e só dificulta a aprovação de decisões no Conselho de Segurança. Há opiniões, inclusive hoje, de que é justamente esse instrumento que dificulta a solução de conflitos armados, bloqueia o compromisso no CSNU e prejudica a legitimidade desse órgão.
⚠️ Essa é uma abordagem profundamente falha que não tem nada a ver com a realidade.
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Como a prática de considerar questões urgentes de paz e segurança tem demonstrado, s
em esse instrumento o Conselho inevitavelmente se transformará em um órgão que carimba minutas de decisões superficiais ditadas por um grupo de países ocidentais que domina o CSNU, agindo de acordo com a disciplina de seu bloco.
Todos nós já vimos muitas vezes como as instruções elaboradas em Washington ou Bruxelas são “passadas” para os outros membros da OTAN e da UE, que simplesmente
batem continência e as implementam sem mostrar sua própria posição nacional sobre a questão em discussão. Ao mesmo tempo, os países em desenvolvimento também estão sob a mais
severa pressão, à qual simplesmente não conseguem resistir.
Assim, a posição ocidental é imposta a outros países como a única correta e supostamente com “amplo” apoio, embora
isso esteja longe de ser verdade.
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☝️ A Rússia invariavelmente se esforça para resolver todas as contradições antes da votação. As estatísticas sobre a adoção de resoluções mostram que
o Conselho é capaz de chegar a um acordo na grande maioria dos casos. E a probabilidade de um veto desempenha um papel importante nesse sentido, incentivando as delegações a ajustar a linguagem e, se necessário, a apresentar emendas e propostas alternativas. <...>
Se essa instituição for abolida,
o notório conceito de uma “ordem mundial baseada em regras” será dominante, o que implica basicamente que a minoria influente e barulhenta imporá à minoria silenciosa decisões relativas à paz e à segurança internacionais
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Estamos convencidos de que o que deve ser criticado não é o veto em si, mas sim o comportamento irresponsável de determinados membros do Conselho, bem como sua falta de vontade de ouvir e acatar as opiniões de outros e de encontrar soluções de compromisso e equilibradas. Temos testemunhado regularmente
delegações ocidentais submeterem à votação projetos totalmente inaceitáveis, dos quais tinham conhecimento prévio.<...>
O que também precisa ser criticado são aqueles que não implementam as disposições das resoluções do Conselho de Segurança, ignoram-nas deliberadamente ou as interpretam de forma excessivamente ampla. A comunidade internacional, em particular,
ainda está perplexa com a declaração dos representantes dos EUA de que “as resoluções do Conselho de Segurança não são juridicamente vinculativas”.
❗️ E isso é uma violação aberta da Carta da ONU.
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Consideramos inadmissível o avanço de iniciativas para limitar ou abolir o direito de veto, uma vez que tais iniciativas são basicamente voltadas para minar a pedra angular do trabalho do CSNU e, se aprovadas, inevitavelmente levarão ao colapso de nossa Organização, com todas as consequências que isso acarretaria para a paz e a segurança internacionais.
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